quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Tema em Destaque: A Mulher Na Época Da Regência


Ai nossos amados romances históricos!
Eles retratam a Inglaterra dos séculos XVIIe XIX, seus costumes... É um tal de vamos a um baile pra lá... passeios pelo Hyde Park pra cá.... regras dali.... convenções sociais daqui... Enfim...
Lemos sobre mocinhas corajosas e arrojadas, mas nem tudo eram flores naquela época. Alguns romances retratambem isso.
Vamos conhecer um pouco mais sobre o papel da mulher na época da Regência.

 POSIÇÃO SOCIAL
A mulher da era da Regência( Era Georgiana 1714-1837 e Era Vitoriana 1837-1901) deveria ser pura, delicada, passiva, submissa, responsável, virtuosa, fiel e bela. Logicamente, almas tão puras não poderiam ser corrompidas com negócios ou Ciências, de modo que as mulheres eram completamente ignorantes no que se referia á assuntos políticos, econômicos e sociais. Além disso, corpos tão frágeis não teriamcondições de trabalhar pelo próprio sustento.
Então, minha cara amiga, você talvez esteja se perguntando: O que elas faziam?
Desde cedo, as pequenas damas eram lapidadas de acordo com normas rígidas de educação para cumprirem suas funções de esposa e mãe e obedecer aos seus maridos. Seu papel limitava-se á vida doméstica, compromissos sociais, como participação e organização de bailes , visitas á paróquia da cidade, ou um chá com outra respeitável dama.
Aprendiam a ler, escrever, fazer contas, tocar piano, trabalhar bem com a agulha, estudavam línguas como o italiano e o francês(latim e grego eram consideradas línguas masculinas), desenho e também aprendiam a dançar. De fato, a dança era obrigatória se a jovem quisesse um noivo.
Eram pedras brutas transformando-se em verdadeiras jóias preciosas (ou como menciona no livro Amor e Preconceito, da Shane Galen, “Diamantes de primeira água”) que brilhavam nos bailes atraindo a atenção dos aspirantes a marido.
As moças ricas começavam a freqüentar eventos sociais a partir dos 16/18 anos, após a sua apresentação á sociedade(o famoso debut), o que indicava que já estavam prontas para um possível casamento. Elas faziam longos passeios românticos e mantinham diálogos com seus pretendentes, mas tudo muito comedido.
 Apesar de pertencer a uma rica família aristocrática, cabia á jovem lady apenas a fortuna  correspondente ao seu dote, que até ela se casar era administrada pelo seu pai, e, após o casamento, pelo marido.
Assim, visto que não podia trabalha, devido á sua posição na sociedade e, sem herdar a fortunada da família, a única maneira de uma dama inglesa levar uma vida confortável e decente era se casando.
O casamento porém, era outra área em que a mulher era submissa. O casamento era arranjado pela família da moça, que acostumadaa obedecer, não relutava em casar com quem o pai escolhia. O noivo era escolhido por vários motivos:riqueza, posição social que ocupava na sociedade ou simplesmente por um acordo entre as famílias.
O amor eraalgo supérfluo, uma boa união surgia pelos interesses da família. O casamento não passava de um negócio.
Depois de casada, a mulher além de continuar submissa ao pai, tinha agora como senhor maior o marido. Ela que já não tinha direito á herança, perdia agora o direito sobre seu próprio corpo.  Para os homens a esposa ideal era dedicada e passiva, elas existiam para lhes dar  herdeiros, acompanha-los aos eventos sociais, ocupando seu tempo com os filhos e  
os afazeres domésticos.
A mulher da Era da Regência não sonhava em ser independente ou emrealizar grandes feitos para a sociedade( as que se aventuravam por este caminho, geralmente eram banidas e mal vistas). Ela sonhava em dar herdeiros ao marido, e para isso, tinham de submeter-se aos desejos carnais deste, porque ela não tinha prazer nenhum. O sexo era tabu. Não se falava sobre ele.
Enquanto para as mulheres existiam todas estas exigências, os homens mantinham suas amantes, que os aguardavam nos chamados” Clubes de Cavalheiros”.
Clube de Cavalheiros em Londres

O TRABALHO
As moças de famílias ricas eram destinadas ao casamento. Mas haviam também aquelas jovens
muito bem educadas, de famílias boas, porém sem posses. Criadas com todo o zelo e requinte das ladies da corte, mas sem dote a oferecer aos seus pretendentes, essas moças não conseguiam um bom partido para o casamento. O que restava paraelas o trabalho.
Porém, erainadequado submeter uma donzela perfeitamente educada para a vida social e domestica, com atributos a uma dama, á classe operária. O que restava para ela ensinar o que sabia. Surgia ai a governanta ou preceptora.
Preceptora
As damas da alta classe não tinham tempo, ou não queriam educar seus filhos. Muitas famílias mandavam seus filhos para um colégio, mas a grande maioria preferia que suas filhas fossem educadas na segurança e no conforto de seu lar. A professora particular, chamada de governanta, passou a exercer papel fundamental na educação das pequenas damas.
As governantas era, geralmente alguma prima distante da família ou moça filha de sacerdote, ou educada em convento. Era função das governantas dar ás suas pupilas uma educação fina, ensinar regras de comportamento, e principalmente a posição da mulher diante da sociedade e dos homens. Disciplinas acadêmicas ou estudos mais profundos não eram necessários as mulheres(como já vimos), ela tinha de exercer o papel de mãe.
Apesar da boa educação e do requinte, as governantas não eram vistas com bons olhos, havia um enorme preconceito com relação com respeito a essa classe. Ela era agregada do lar, mas de certa formanão fazia parte dele. Não era uma servente, mas não era da família. Baixos salários e exploração era a realidade desse trabalho. O contrato feito entre os pais e preceptoras era informal, normalmente fruto de um acordo verbal, sendo muito frequentes a rotatividade e a descontinuidade desses serviços, com a dispensa da mestra a qualquer tempo, ou com a mesma declinando da função.
Charlote Brontë viveu nessa época e retratou em sua obra Jane Eyre os dramas vividos pelas mulheres na era Vitoriana. Nascida em uma famíliapobre tendo como patriarca um pastor, Charlote e suas irmãs foram muito bem educadas. 
Charlote Brontë
Não tendo dote a oferecer a um pretendente, Charlote foi governanta em uma família rica, suas experiênciasde vida e a visão que tinha de mundo  serviram como inspiração para a criação de uma de suas personagens femininas mais intrigantes da literatura inglesa. Jane foi governanta, mendiga, dama da sociedade e esposa. Contrariando quaisquer expectativas de personagem romântica, Jane encanta por sua doçura e surpreende com sua coragem.

Jane Eyre

9 comentários:

  1. Nosssssa tadinhas!!!!
    ohh épocazinha triste para as mulherers!

    amiga eu vi a minissérie Jane Eyre, e é fantástica!!!
    beijão

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  2. Oi Izi.
    Pois é amiga, nem tudo eram flores como pintado nos romances. Na vida real a história era outra mto diferente.
    Ainda bem que o mundo evoluiu.
    :g

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  3. Olá Alexis!


    Adorei o post! Só que ele só aumentou a raiva que eu tenho dessa época. Além do mais, eu sou mulher, e me revolta saber como viviam outras mulheres. Aquilo sequer era vida! Era escravidão.


    Vc já leu Audácia?! Esse post me fez lembrar muito da minha querida Ângela e meu amado Cameron.


    Bjs!


    P.S.: Obrigada por responder meu outro comentário. Sabia que os Correios entraram em greve?! Agora nem adianta eu comprar Um Gosto de Amor pelo site, já que a greve não tem dia para acabar. Vou ligar para a livraria novamente...rsrs...

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  4. Ai Luna sabia não. Nossa que raiva to esperando encomendas :o

    Eu também fiquei espantada com essas informações. Era muita escravidão mesmo.

    E quanto ao livro Audácia, sim eu jah li. Aliás, fiquei igual louca procurando ele depois de ler a sua resenha lá no blog :c
    Candace Camp surgiu pra mim através do seu blog e suas resenhas maravilhosas. Me sentia dentro do livro :n

    E a despeito daquele vilão cretino, Audácia é um livro maravilhoso. Adoro o Cam. Fofo, terno, carinhoso... e a Angela mto corajosa, apesar de tudo o que sofreu.
    Acabei de indicar ele pra uma amiga hj. :c


    :g

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  5. Adorei seu post Lexis, nossas mentes sonhadoras viagam nos romances, mais a realidade é bem dura, mesmo assim onde á ditadura há rebeldes lutando contra, então acredito que entre essas que seguiam piamente a regras impostas pela sociedade também existia aquelas que como nossas adoradas mocinhas lutavam contra o sistema.:g

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  6. Corretíssimo Keila.
    E um viva para todas as rebeldes que lançaram a base para um mundo não tão repressor como o hj :n
    Apesar que ainda existem em maior ou menor grau essa repressão contra a mulher.
    :g

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  7. Nossa,elas levavam uma vida hein?Imagina eu e minha boca grande,ia ser excluída,trancada num quarto!! kkkkkkkk
    E o correio nem comento,meu pai que falou para mim,"se tem livro pra chegar,pode esperar que eles estão em greve"!!
    Só resta esperar!!
    Adorei o post como sempre!
    Beijos!!

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  8. correios em greve?
    OMG e minhas encomendas? :e
    mas ontem eu recebi um...
    Paula a gente com nossa língua afiada ia sofrer naquele tempo.
    :G

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  9. Aqui acho que está em greve,não vi o carteiro,tenho certeza pois o conheço de tanto que o homem me traz encomenda.
    Recebi hoje livro,mas era das Lojas Americanas e eles não entregam pelo correio,mas os da Harlequin que comprei vem pelo correio.#Surtada
    Te disse,íamos ficar trancafiadas!! rsrs
    Beijos!!

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